A Formação da Imagem 1

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O cinema, no seu começo, usou o mesmo princípio da fotografia, ou seja, uma câmara escura com uma pequena abertura do diâmetro do buraco feito por uma agulha, por onde a luz entrava e que, no fundo desta câmara, formava uma imagem invertida dos objetos ou pessoas que estavam em frente à câmara. A evolução da fotografia com o uso de uma lente de vidro à frente da abertura (obturador) da câmera e com a película coberta com nitrato de prata para registrar e perenizar a imagem, foi o princípio básico que também formou o cinema. A nova tecnologia da época, o cinema, nada mais era (e é até hoje) do que a captura de várias fotografias em sequência, ou quadros de imagem (ver Enquadramento) em sequência, que reproduzidas em velocidade e projetadas sobre uma superfície, nos dão a ilusão de movimento. Essa ilusão se dá por causa de uma qualidade inerente ao olho humano que se chama persistência retiniana: a retina de nosso olho é o lugar onde se forma a imagem que vemos, e ela tem a capacidade de manter uma imagem durante uma fração de segundo mesmo após essa imagem desaparecer da frente de nosso olho, ou de fecharmos o olho. Por essa razão, várias imagens projetadas em sequência diante de nossos olhos, a uma certa velocidade, nos dão a impressão de movimento, já que não distinguimos o intervalo entre uma e outra.

No início do cinema, essa velocidade era de 18 imagens, ou quadros, por cada segundo. Na época, as imagens também eram projetadas a 18 quadros por segundo, dando a impressão de movimento normal. Isso foi assim até aproximadamente o final dos anos 1920, quando a velocidade de fotografar uma ação à frente de uma câmera de cinema mudou para 24 imagens (fotos, quadros, ou no inglês frames) por segundo. A partir daí, os filmes do cinema mudo quando projetados em projetores de 24 quadros por segundo (a nova velocidade) davam a impressão de tudo acontecer mais rápido, que os personagens se moviam depressa demais (já que eram projetados menos quadros do que a velocidade do projetor – que era mais lenta, ou seja 24 quadros). E essa impressão permanece até hoje quando vemos filmes daquela época. O padrão do cinema então se estabeleceu em 24 quadros por segundo (ou no inglês, frames per second, ou fps), e é assim até hoje.

Já a imagem de vídeo (e aqui entendemos o vídeo como criado para transmitir ou gravar a imagem televisiva) tem uma concepção bem diferente, desde seu início. O filme negativo de celuloide, base da fotografia, e por conseguinte do cinema, aqui é substituído por um sensor eletrônico – no “fundo” da câmera de vídeo, por trás da lente, a luz atinge este sensor – onde se forma a imagem que queremos capturar. Este sensor é um chip eletrônico (solid-state electronic chip) sensível à luz.

Os sensores são de dois tipos básicos (apesar de, como estabeleci no início do livro, a evolução da tecnologia é geométrica, e novos tipos estão sendo-foram criados): CCD (charge-coupled device) ou dispositivo de carga acoplada, e CMOS (complementary metal oxide semiconductor) semicondutor de óxido de metal complementar.

Bem, o que interessa é entender que a superfície do sensor (seja ele CCD ou CMOS) é dividida numa minúscula grade com pontos chamados pixels (pixels sendo jargão para Picture elements, ou elementos de imagem). Cada pixel é no chip é como se fosse um minúsculo medidor de luz que lê a intensidade de luz naquele ponto. Quando a luz que passa pela lente da câmera atinge o pixel ele é carregado com uma carga elétrica – quanto mais luz ele recebe, mais carga ele armazena. Essa carga, de cada pixel, é “lida” eletronicamente e guardada como informação. Este é o chamado sinal de vídeo. Depois, essa informação será “traduzida” como imagem a partir deste sinal. Os sensores, relativamente pequenos, não tendo mais que alguns centímetros, podem conter milhões de pixels (daí o termo para designar os sensores de câmeras como contendo X Mega pixels – mega para milhões). Quanto mais pixels, mais informações, maior a qualidade da imagem.

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